segunda-feira, janeiro 22, 2007

Estou há algum tempo pra contar essa história aqui... Mas por falta de tempo (preguiça!), sempre enrolo. Hj to a toa...

Tenho um amigo que vive me dizendo que vai me processar por propaganda enganosa e que vai contar pra todo mundo que eu de moderna não tenho nada. Eu sempre falo para minhas amigas que elas devem ser modernas e tal tal tal, mas eu... hunf!! De moderna, passo longe. Volta e meia esse meu amigo fica me questionando isso: o que é ser moderna?

Eu não estou aqui pra dizer o que é ou não é ser moderna. Tento apenas fazer minhas "amigas" perderem alguns minutos (ou ganharem) pensando de um jeito divertido sobre a sua própria realidade. Claro que cada mulher tem uma realidade diferente da outra. Mas são tantas histórias parecidas.

Eu tenho 24 anos, morei quase 6 anos em uma cidade "afrodisíaca", namorei durante quase todo o tempo e, hoje, completo dois anos de namoro, ainda na mesma cidade e afirmo com convicção: "Numca! Nunca chifrei!" Alguns me definem como careta. Outros me definem como mentirosa. Outros desistiram de me definir. Mas não importa, se for para ter rótulo, o de infiel não em cabe, nem o de putinha, nem saidinha, nem nada no diminutivo que me possa envergonhar.

O preconceito tá aí debaixo do nariz de todo mundo, não tem jeito. A necessidade de rotular tudo e todos é algo que não dá pra combater.

A minha luta é pra tentar sobreviver nessa sociedade de consumo. Todos com seu carnezinho das Casas Bahia pagando a geladeira último modelo em 24 vezes. Não dá pra fazer crediário de pessoas mas temos visto uma liquidação ambulante de homens e mulheres. Não dá pra fechar os olhos pra isso.

Os best-sellers são os com a embalagem mais bonita. E pra isso, tem que malhar, tem que passar fome, tem que alisar o cabelo, fazer plástica, tem que usar roupa da moda, tem que ter carro, tem que ser inteligente... tem que ser perfeita. Mas existe mesmo perfeição?

Eu já desisti, após muito tentar na adolescência, confesso. Mas hj bem sei que não. Mas é isso que o mundo exige da gente. Os homens, principalmente. Afinal, eles ainda folheiam a Playboy e acreditam que aquilo é real... aham.

Essa cobrança que era invisível e agora além de visível é natural, vai nos enlouquecendo aos poucos. O despero em busca da perfeição para poder ser aceita e para poder realizar seus sonhos é o pai de tragédias pessoais, dramas incontáveis na vida de inúmeras pessoas. E nós, mulheres, nos tornamos vítimas da nossa própria armadilha.

O feminismo veio para conquistar direitos iguais mas conquistou apenas o acúmulo de funções. Daqui um tempo terei que ser mãe, mulher(sexy!!), profissional, dona-de-casa.... Até o dia que eu surtar e não conseguir ser mais nada. Não conseguir nem mais ser eu. E já inventaram nome pra isso, tbm: depressão, menopausa, TPM...

E você pode achar que esse meu papo todo é pra dizer que não vou entrar nessa ciranda louca, pra protestar contra essa sociedade me mantendo gorda. Não, meu bem... me perdoem pelo que eu vou falar. Mas não façam isso. Eu já pensei e não dá certo. Fugir das cobranças é anestesia.

Protestar se machucando é anestesia. Não se anestesie nunca. Corra atrás do que você quer e pague o preço por isso.

Ai, deu preguiça de continuar...

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