sábado, abril 22, 2006



5 COISAS QUE EU DESCOBRI...

...NESSES POUCOS DIAS DE FÉRIAS
* Ter o direito de desligar o despertador é uma dádiva das mais maravilhosas que um ser humano pode experimentar. Acordar cedo é ótimo...desde que vc tenha a opção de não acordar tbm.
* Sou viciada em dopamina(não descobri isso agora, mas tive certeza)
* A Lua continua linda e digna de ser olhada horas a fio sem ter que dormir rápido pra acordar cedo no outro dia (mas, se bem que a lua de Santa Cruz, nem se compara com a de Viçosa, né? Tem isso....)
* O final de tarde: malhar+sauna+piscina+Rogerinho = tudo de bom!
* A vida sem trabalhar, como tudo que é bom, cansa.

...NAMORANDO OFICIALMENTE
* Longe é um lugar que não existe.
* É bom ter alguém que goste de você, a despeito de qualquer problema e ansiedade que isso cause.
* O príncipe encantado já era - morreu ou está nos braços de uma outra princesa. Bom mesmo é ter um homem de verdade por perto.
* Você descobre que está encalhada quando sua família faz brincadeiras sobre casamento com o rapaz que acabaram de conhecer.
* Ficar calada é ótimo.

...FAZENDO ARRUMAÇÃO GERAL NO MEU ARMÁRIO
* Liberar espaços é básico. Senão, coisas novas não chegam. Mesmo. ( Sim, isso é uma metáfora da vida. )
* Não é politicamente correto esquecer roupas que não se usa mais e das quais você nem se lembra no fundo do armário.
* Não é produtivo deixar pequenas coisas que podem ser reparadas, restauradas, arrumadas, costuradas ou organizadas pra fazer depois: ou eu fazço na hora, ou é melhor jogar fora.
* É muito gostoso enfrentar fragmentos de velhas lembranças com novos olhos e nova disposição.
* É preciso admitir que há coisas que você não vai precisar, portanto... Não precisam ser guardadas. Definitivamente não é saudável juntar tanta porcaria.

...ENQUANTO TINHA ORKUT
* O mundo é realmente pequeno.
* Neste mesmo mundo, tem muita, mas muita gente mesmo que não bate bem, é trololó de pai e mãe.
* Vontade de aparecer e educação, geralmente, não se misturam.
* Parece que pra boa parte das pessoas é muito bom ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar. Mesmo que algum deles você mal conheça.
* As pessoas podem descobrir muitas coisas da vida de outra em poucos cliques, uma vez que a outra em questão resolve se expor. E isso nem é tão ruim.

...ASSISTINDO TV ABERTA DURANTE O DIA
* As pessoas podem ser insuportavelmente medíocres.
* As pessoas podem ser secretamente sádicas.
* As pessoas podem ser visivelmente maldosas.
* As pessoas podem ser totalmente superficiais.
* Não se deve ver TV aberta durante o dia.

...AMANDO DEMAIS
* Ninguém jamais vai te amar como vc a essa pessoa. J-a-m-a-i-s! Ou mais ou menos!! Definitivamente... não aceito discussões a respeito, nem vem!!
* O fato de Shakespeare ter razão não significa que devo concordar com ele sobre: “O fato de uma pessoa não te amar como vc gostaria, não significa que essa pessoa não o ame o máximo que pode.” Azar!!!! Se não for como eu quero, que não seja! Pra mim é: o fato de uma pessoa não te amar como vc gostaria significa que talvez não seja a pessoa ou a hora certa pra vcs.!
* Pensar e repensar formas de mudar sua personalidade para agradar o ‘outro’ pode não ser saudável(...)
* As vezes, intimidade e liberdade são inversamente proporcionais.
* Ter vontade de chorar quando se ouve músicas que trazem lembranças não é um bom sinal...definitivamente!!

quinta-feira, abril 20, 2006

Outro lugar


"Por isso não demora que a historia passa e pode me levar"


Cê sabe que as canções são todas feitas pra você
E vivo porque acredito nesse nosso doido amor
Não vê que tá errado, tá errado me querer quando convém
E se eu não estou enganada acho que você me ama também

O dia amanheceu chovendo e a saudade me contém
O céu já tá estrelado e tá cansado de zelar pelo meu bem
Vem logo que esse trem já tá na hora, tá na hora de partir
E eu já to molhada, to molhada de esperar você aqui

Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar
Andei por esse mundo louco, doida, solta com sede de amar
Igual a um beija-flor, que beija-flor,
De flor em flor eu quis beijar
Por isso não demora que a historia passa e pode me levar

E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar
Talvez a vida mude e nossa estrada possa se cruzar
Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que esta chegando a hora de dormir

dormir(...)

O SEGREDO DENTRO DO BOTÃO DE FLOR



Há muitas verdades ditas em silêncio entre o jardineiro e suas flores


Os frutos, explicam-se pela sua utilidade alimentícia. As folhas, por suas utilidades biológicas e eco-ambientais. O mundo não sobreviveria sem folhas e frutos. Mas passaria bem sem flores. A maioria delas não se pode comer, não se pode transformar, não se pode fazer nada além de olhar e admirar. São bilhões de espécies de flores, das maiores às menores, das mais cheirosas às mais inodoras, das mais belas às mais estranhas, das mais corriqueiras às mais raras. Tantas, de tantos tipos, arranjos e cores. Salvo para abelhas e beija-flores, todas sem utilidade prática. Assim como os sentimentos e outras futilidades, flores são tão dispensáveis quanto inevitáveis. Difícil não querer uma flor por perto de vez em quando, nem que seja pra ficar rodando o caule dela entre os dedos, sentindo as pétalas balançarem. Mas não são todos que querem flores sempre, por todos os lugares. Porque, tal como crianças, animais domésticos e sonhos, flores precisam de cuidado. Cuidado intenso.

No entanto, há quem dedique sua vida a cuidar das flores, corajosas e empreendedoras pessoas. Cultivá-las, pesquisá-las, catalogá-las, entendê-las, admirá-las, ofertá-las. Há quem plante jardins modestos, em espaços arrumados dentro de um quintal de concreto. Há quem faça canteiros cheios de pequenos vasos, espremidos . E há quem pode e decide plantar jardins imensos, cheios de flores. E quem é ou um dia arriscou-se a ser jardineiro, sabe que cuidar de uma flor não é tarefa fácil. Flores são seres temperamentais, em sua maioria. Mesmo as pequenas e simples exigem esforço, e mais esforço, e esforço de novo. Esforço periódico. Até as flores selvagens costumam estar protegidas pela natureza ao redor, ocultas em troncos de árvores, debaixo de folhas, cercadas por grama e folhagens. Flores raras costumam ficar em lugares quase inacessíveis, e não se deixam domesticar facilmente. Alguns biólogos passam a vida em laboratórios tentando transformar a cor, o tamanho, a simplicidade sofisticada de alguns tipos de flores - às vezes têm sucesso, às vezes não. Os biólogos modificam, mas o jardineiro é quem cuida. E cuidar de uma flor, além de técnica e esforço, exige uma decisão, um entrosamento.

Cada flor tem uma condição climática, um tipo de solo, um cuidado especial para poder sobreviver. Embora sejam frágeis, depois de arraigadas, são difíceis de extinguir. Flores precisam de poda, de adubo, de remédio, de conhecimento específico. Não podem conviver todas juntas, todo o tempo, conforme os tipos. Luz especial, nem muito, nem pouco vento, o lugar ideal, a hora certa de regar. Cuidar de flores, seja por método ou intuição, pode ser esgotante, decepcionante. Principalmente porque, de tantas sementes e mudas plantadas, nem todas vingam, e há muitos investimentos perdidos.

Flores de plástico são diferentes. De fato, são mais fáceis de cuidar. Basta ajeitá-las em um vaso, limpá-las de vez em quando e arrumar as pétalas. Podem durar para sempre, são resistentes e, dependendo da confecção caprichada, imitam quase que perfeitamente uma flor real. Uma pena que não sejam de verdade.

Jardineiros, normalmente, são pessoas simples e de grande sensibilidade natural. Colocam a mão na terra, sentem o cheiro dela, observam em detalhes as plantas que cultivam. Ao contrário dos agricultores, o interesse de um jardineiro não é a produção, não é olhar um campo cheio a perder de vista; mas sim o crescimento de poucos e conhecidos pés. O jardineiro conhece sua flor, sabe a origem dela, a dificuldade, a necessidade, o tempo. E sabe que tudo isso é cuidado.

O cuidado delicado é um reflexo da delicadeza que ele almeja ver em suas plantas, e, como bom jardineiro, ele sabe que um descuido, um relaxo, um lapso pode ferir uma planta tão profundamente que ela nunca mais volte a florescer, ou no mínimo demore anos pra isso. O cuidado é um esforço, o esforço de ver o que ainda não existe, de enxergar a flor no botão, de enxergar o novo botão na flor que morreu. O cuidado é um ato de amor altruísta, um investimento; portanto, não pode ser facilmente aprendido, é quase uma vocação. Existem plantas que demoram anos e anos para florescer, e florescem apenas uma vez para ficar mais anos e anos em silêncio. E ainda assim, o jardineiro as vê, cuida delas com paciência e constância. Outras plantas são de beleza inigualável, mas cheias de espinhos e fiapos. Algumas são atrativos para fungos e insetos parasitas. E em tudo isso o jardineiro cuida. Ao cuidar e proteger sua flor, o jardineiro cuida e protege a si mesmo, pois sabe que precisa da beleza e do perfume do seu jardim para viver. E aí, a flor não é mais um ser inútil, e sim substancial. Uma vez que ele se afeiçoa e se acostuma à beleza do jardim, nunca mais viverá feliz sem ele, ao menos não se em sua alma estiver a paixão de quem experimenta a jardinagem. Um mundo sem flores poderia ser útil, mas insuportavelmente feio e triste.

A verdade é que, no fundo, todo mundo sonha ter um jardim. Mas muitos não sabem como, não sabem por onde começar, nem como continuar. Alguns até arriscam-se a plantar algumas flores. Mas poucos conseguem chegar a colocar em sua alma o caldo do jardineiro.


E mais.

A raposa conta um segredo ao Pequeno Príncipe. Ele, que cultivara uma flor por tanto tempo - apesar dos espinhos que ela tinha - a havia deixado sozinha dentro de uma redoma. Uma flor é apenas uma flor, a raposa disse. Olhe para os campos e verá milhares delas. Mas a sua é especial. É diferente de todas as outras, pois entre vocês há um vínculo, vocês se conhecem. E então, ela diz o segredo que há escondido no fundo do botão de rosa - "foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante". Ela diz ainda a célebre frase que muita gente repete porque soa bonito, mas pouca gente conhece - "Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...".

No momento em que o Pequeno Príncipe decidiu deixar-se encantar pela rosa, e em cada momento em que cuidou de sua flor, dando um pouco dele para ter um pouco dela, firmou-se entre eles um laço. Ele podia apenas admirá-la a distância, mas jamais conseguiria sentir por ela a responsabilidade e a intensidade de um carinho tão especial se não tivesse se atrevido a cuidar dela, a tirar-lhe as pétalas estragadas, a esperar por ela, a regá-la, a protegê-la, a tocá-la, no superficial e no profundo. No momento em que o jardineiro e sua planta se tocam, é inevitável que haja beleza, e inevitável que haja dor. Tanta dor quanta beleza houver. E é preciso que o jardineiro não esqueça disso para não deixar de cuidar de sua flor quando ela lhe fizer falta, ou lhe espetar com seus espinhos, ou quando exigir dele mais cuidado do que ele pode dar, ou quando ela estiver parecendo seca, sem nenhum sinal de outros botões. A dor é o outro lado do prazer, e um dá significado ao outro.

Há muitas verdades ditas em silêncio entre o jardineiro e suas flores. Eis mais uma delas:

"O sentimento é uma flor delicada; manuseá-la é machucá-la."
( Larra )

Acho que merecia mais...


"Quem não ama demais não ama o suficiente."
Shakespeare


"Tem gente que ama, que vive brigando
E depois que briga acaba voltando
Tem gente que canta porque está amando
Quem não tem amor leva a vida esperando

Uns amam pra frente, e nunca se esquecem
Mas são tão pouquinhos que nem aparecem
Tem uns que são fracos, que dão pra beber
Outros fazem samba e adoram sofrer

Tem apaixonado que faz serenata
Tem amor de raça e amor vira-lata
Amor com champagne, amor com cachaça
Amor nos iates, nos bancos de praça

Tem homem que briga pela bem-amada
Tem mulher maluca que atura porrada
Tem quem ama tanto que até enlouquece
Tem quem dê a vida por quem não merece

Amores à vista, amores à prazo
Amor ciumento que só cria caso
Tem gente que jura que não volta mais
Mas jura sabendo que não é capaz

Tem gente que escreve até poesia
E rima saudade com hipocrisia
Tem assunto à beça pra gente falar
Mas não interessa o negócio é amar... "
Carlos Lyra e Dolores Duran

Um pouco dela...

Eu minto, confesso
me faço de boba, verdade
escondo a idade, me calo,
me sinto tão mal, um inferno
represento um papel, principal
sou mesmo uma atriz, infeliz
quem diz que eu não quero, eu consigo
viver por um triz, enlouqueço
te esqueço e te mato, te amo
atrás de um muro, qualquer
outro dia amanheço, de novo
e falo bobagens, pudera
não sou tão sensata, avisei
sem nada de mais, me despeço

DECLARAÇÃO LIVRE DOS DIREITOS DE QUEM AMA

"O direito à tristeza, à saudade, à infelicidade causada pelo abandono"



A presente declaração não tem a pretensão de ser definitiva, universal e nem correta. Tão pouco deve ser imposta, decorada ou aplicada sem que haja esforço, conquista e maturidade das pessoas envolvidas. Somos todos responsáveis por nós mesmos e pelo que sentimos, e capazes de construir, modificar e abolir nossos próprios direitos enquanto seres que amam.

Compreendido isso, fica estabelecido que quem ama tem:

Artigo I. O direito de amar demais, de sentir-se plenamente tomado pelo amor, de estar apaixonado e não conseguir pensar em mais nada que não o próprio amor e o abalo total e perfeito que ele causa.

Artigo II. O direito a maus dias, dias de dúvida, de mau humor, de vontade de ficar só, de medo ou de necessidade de afastar-se subitamente do ser amado - sem que para isso seja preciso apresentar causa lógica ou motivo aparente.

Artigo III. O direito de idealizar a pessoa amada enquanto quiser e quantas vezes quiser, e nessa idealização, não perceber narizes grandes, quilos a mais ou a menos, vozes fanhosas, pés tortos, odores fortes, faltas de talento ou tendências para avareza, futilidade ou chatice.

Artigo IV. O direito de propagar seu amor ao mundo, falando dele a toda hora, a todo momento, a todas as pessoas, em qualquer lugar. Fica conferido às pessoas em volta o dever de ter paciência quase infinita com o ser que ama.

Artigo V. O direito de sorrir à toa, de suspirar repentinamente, de perder a concentração, de cantar canções ridículas, de escrever poemas em papel de seda, de roubar flores da praça, de andar flutuando, de chorar em finais felizes de filme.

Artigo VI. O direito à ilusão de que o amor é mágico e eterno.

Artigo VI. O direito de conhecer a essência do ser amado, saber quem é a pessoa amada e poder descobri-la e redescobri-la todos os dias, sem máscaras, sem falsas impressões, sem reservas viciadas.

Artigo VII. O direito à insanidade, a cometer atos escandalosos ( libidinosos ou não ), a gritar, a quebrar coisas, a rasgar cartas e presentes, a beirar a fronteira do ódio, a faltar repentinamente no trabalho, a cancelar compromissos por causa do amor.

Artigo VIII. O direito à tristeza, à saudade, à infelicidade causada pelo abandono, à ansiedade, à raiva, às lágrimas, à dor, ao medo de perder, à fuga, à dependência e a tudo o mais que estiver contido na sombra do amor.

Artigo IX. O direito à correspondência, pois nenhum amor unilateral pode ser, de fato, amor.

Artigo X. O direito de continuar sendo uma pessoa, com desejos próprios, solidões, projetos individuais, tempo para os amigos, distâncias e afastamentos que desejar e precisar.

Artigo XI. O direito de reapaixonar-se pela mesma pessoa quantas vezes quiser.

Artigo XII. O direito de desejar infinitamente o corpo da pessoa amada, e à vontade incessante de colar pele a pele com ela.

Artigo XIII. O direito de não amar mais, e de poder ir embora quando o amor acabar.

Artigo XIV. O direito a não dar explicações a ninguém sobre por que ama.

Artigo XV. O direito à lealdade da pessoa amada, e de saber dos planos principais, projetos e discordâncias dessa pessoa sem que isso precise necessariamente significar o fim do amor.

Artigo XVI. Enfim, quem ama sempre tem o direito de escolha. Para este último direito, ficam desde já revogadas quaisquer disposições em contrário.

quarta-feira, abril 19, 2006

Vou me permitir


Porque, às vezes, as coisas óbvias são as mais difíceis de serem ditas e as mais fáceis de serem esquecidas.


Vou me permitir

Ao menos de vez em quando, ao menos um dia ou outro, ao menos agora, ao menos em um restinho de clima pós-Páscoa, tão propício a mudanças e renascimentos... Vou me permitir.
Vou me permitir não procurar corresponder o tempo todo ao que esperam de mim, não tentando ser boa filha, boa namorada, boa profissional, boa cidadã, boa pessoa, boa amiga em tempo integral - aceitando os escorregões com bom humor, humildade e paciência. Porque ninguém é perfeito, nem tem que ser, nem consegue ser. Nem mesmo eu...(mais se bem que eu ainda queria!!).
Vou me permitir sonhar com coisas muito legais, divertidas, doidas e caras, ainda que sejam utópicas ou até mesmo impossíveis. Porque tudo nessa vida é desejo. E também porque a vida dá muitas, muitas e muitas voltas, nos surpreendendo a cada minuto(como vem acontecendo seriamente comigo desde que cheguei no ES).
Vou me permitir não falar o que não estou com vontade de falar, não ir a lugares que não quero ir, não comprar o que não quero, não ler o que não quero ler(muito menos panfletinhos), não fazer o que não quero fazer só porque alguém acha que é o correto ou o melhor pra “vc, Priscila”. Porque não tenho que me contrariar tanto - as outras pessoas já se encarregam disso por mim (Dimitri e Luiz que o digam). E também porque "a vida é muito curta para ser pequena"(ameeeei essa frase).
Vou me permitir faltar academia sem motivo, só pra dormir um pouco a mais (e engordar), almoçar com calma, com bastante verdinhos, encontrar alguém querido ou voltar pra casa a pé, bem lerdiiiinha, cumprimentando todos na rua, ir à Câmara e ficar lá por horas sonhando em estar do outro lado da bancada(como eu gosto disso!) e ir ao Centro sem enrolar. Porque, no fim das contas, trabalho e estudo é um meio de facilitar a nossa vida, e não de tomá-la de nós. Perdi um pouco o controle sobre isso esse semestre.
Vou me permitir não deixar que abusem de mim - em família, entre amigos, no trabalho, na sociedade - sem que esboce qualquer reação. Porque ninguém respeita quem não respeita a si mesmo. E as pessoas deviam parar com isso. Eu não sou boba, apenas deixo elas acreditarem q sou.
Vou me permitir fazer da organização, da ordem, do controle, das obrigações e do meu namoro, meus aliados - não carcereiros. Porque tudo que é fechado demais, sufoca.
Vou me permitir dizer "eu te amo" e não fazer loucuras de amor - sem medo de ser perdulária com as palavras, sem medo de me comprometer demais, sem medo de ser mal interpretada, sem medo de não ser a-namorada-perfeita. Porque meu amor é esfomeado; e não se sustenta só com o que é invisível, ou inaudível.
Vou me permitir não dar atenção para as pessoas chatas, por mais melodramáticas, egoístas e coitadas que elas pareçam. Porque é muito melhor quando não há insetos em volta da lâmpada.
Vou me permitir comer, gastar, dormir, sorrir e chorar sem culpa, sem medo, sem tanta dificuldade e sem tanta teorização. Porque tudo que é natural é mais calmo e mais bonito. Ai, como gostaria de poder ter chorado naquele dia, na piscina...
Vou me permitir não saber - não saber do certo, não saber o que fazer, não saber pra onde ir. Porque nem sempre não saber onde se está indo significa estar perdido. Mas sei que se pudesse trocaria isso por saber tudo.
Vou me permitir acreditar em coisas como ética, decência, compromisso, respeito, integridade e paz. Porque as pessoas que não acreditam em nada disso são a minoria - embora tenham maior destaque. E também porque a vida sem esperança é perda de tempo. Mas no PT, jamaaaaais! E na Margareth tbm não!
Vou me permitir gostar de mim mesma como sou - com quilos a mais ou a menos, com narizes tortos, com manias esquisitas, com cabelos rebeldes, com cores, cheiros e sabores estranhos. Porque a melhor coisa que alguém pode aprender a fazer na vida é rir de si mesmo - e para si mesmo.
Vou me permitir cuidar menos dos outros e mais de mim. Porque, no fim, é isso - ninguém tem o poder de mudar o caminho e a postura de vida de ninguém. Só podemos fazer isso por nós mesmos... E olhe lá.
Vou me permitir chutar o pau da barraca quando algumas situações ficam pesadas demais. Porque ninguém consegue carregar o insustentável.
Vou me permitir pedir ajuda para as pessoas que realmente gostam de mim quando isso for necessário. Preciso aprender a pedir ajuda! Não é possível que viverei eternamente assim. Porque só é forte quem consegue cair... E levantar.
Vou me permitir dizer não. E vou me permitir dizer sim. Porque não. E porque sim.
Vou me permitir mudar de idéia quantas vezes for preciso, e não ser dona da verdade. Porque a verdade nem existe de verdade. (Dimitri vai amar isso!)
Vou me permitir segurar bem forte o leme da minha vida e ( não ) tomar decisões importantes. Porque tudo que é fraco demais, o vento leva - sabe-se lá Deus pra onde.
Vou me permitir experimentar a liberdade, ainda que ela seja apenas uma ilusão. Porque a busca por um espírito livre é o motivo de cada ato de respiração(rimou e ficou super brega!)
Vou me permitir escrever e/ou ler textos de auto-ajuda meio babacas como este. Porque, às vezes, as coisas óbvias são as mais difíceis de serem ditas e as mais fáceis de serem esquecidas.
Vou me permitir lembrar a música do Lulu Santos. Porque "as canções mais tolas tendo seus defeitos, sabem diagnosticar o que vai no peito".
"Hoje o tempo voa, amor...
Escorre pelas mãos...
Mesmo sem se sentir.
E não há tempo que volte, amor...
Vamos viver tudo que há pra viver -
Vou me permitir..."
Mas só lembrar a música, cantar jamais. Lulu Santos é muito ruim! Blrg

Silêncio




Dizem que não há silêncio absoluto. Mesmo se um ser humano entrasse dentro de uma cápsula isolada, seria impossível que ele não ouvisse algo. Nem que fosse o seu próprio coração... Batendo.
Dizem também que o silêncio se faz necessário antes e depois de um grito.
Dona Cecília sempre disse que a palavra é de prata... E que o silêncio é de ouro.
Dizem que os constantes ruídos que ouvimos de todos os lados, todo o tempo, causam uma perda auditiva crônica e uma irritabilidade constante.
E dizem também que todos nós precisamos de um pouco de silêncio de fases em fases.
Ando meio silenciosa. Ao menos tão silenciosa quanto posso(silêncio x Priscila...), no meio das pessoas, das obrigações, dos pequenos prazeres do dia-a-dia.
Tenho saudades da minha voz... Tenho saudades do meu teclado. Mas, acima de tudo, percebi que ando com imensas saudades de mim. Daí a razão do silêncio. Preciso demais de mim mesma, de coisas que só eu posso me dar. Coisas que só vou encontrar depois de alguns minutos de silêncio.
Minha Nova disse que é Retorno de Saturno. Dr. Evandro (mil anos que não apareço!) diz que estou precisando de terapia de novo. A Dermato disse serem crises agudas de estresse(mamãe comprou DermaVite pra mim). Meu grande amigo diz que preciso de um pouco de colo. Meu coração me diz que não é nada. Só silêncio.
Enquanto estou em silêncio, estou tentando trabalhar um pouco menos, e de maneira mais leve. Estou também aprendendo um pouco mais de francês(deveria ser mais esforçada!), e aprendendo tudo sobre poodles.
Estou tentando não ligar pra problemas que não vão fazer a mínima diferença daqui a algum tempo. Pensei muito em Viçosa, em meio a tanta confusão. Estou também fechando a porta do meu quarto e indo dormir mais cedo, depois de uma olhadinha na lua. Enquanto estou em silêncio, estou pensativa e calada. Estou revendo planos, conceitos e renovando os desejos. Enquanto estou em silêncio, estou escrevendo em meu caderninho debaixo da cama coisas que eu não quero que ninguém leia. Ninguém... Nem mesmo eu.
Meu avô, pessoa sábia e querida, todas as tardes encostava no parapeito da janela e ficava lá, em silêncio, um bom tempo... Olhando a vida passar. Às vezes as pessoas se irritavam e questionavam por que ele perdia tanto tempo olhando pra lugar nenhum. Ele nunca respondia... Apenas sorria. Um dia, ele me disse que no silêncio da janela ele conseguia ouvir melhor a si mesmo.
Preciso urgente de sabedoria...e silêncio... aff!
Impossível ter silêncio na minha vida considerando o tanto que sempre falei. Bastam 15 min e já começam “O q vc tem??? Ta tudo bem?? Fala alguma coisa!! Ta pensando em que??” Sacoooooooooooooooooooooooooooo. Acredita que já cheguei a querer fingir q estava sem voz...tipo, rouca?
...
Mas eu tento!
Enquanto estou em silêncio, estou construindo uma janela bem linda, cheia de flores... Para admirar a vida...
...nossa, minha vida é tão linda, tão linda... adoro qdo consigo enxergá-la assim...
Noh! Que isso?! Minha vida é boa d+!!! Eu sou muito feliz!!!
Eu posso tudo!
Quase tudo... só não posso estar em silêncio(...)

venho me sentindo assim...

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés

Mas por dentro eu te devoro

Teu olhar não me diz exato quem tu és

Mesmo assim eu te devoro, te devoraria...

A qualquer preço porque te ignoro ou te conheço

quando chove ou quando faz frio

Noutro plano te devoraria tal Caetano

A Leonardo di Caprio...é um milagre...

Tudo que Deus criou pensando em você

Fez a Via-Láctea, fez os dinossauros

Sem pensar em nada fez a minha vida e te deu

Sem contar os dias que me faz morrer

Sem saber de ti jogado à solidão

Mas se quer saber se eu quero outra vida... Não...não


Eu quero mesmo viver, pra esperar, esperar devorar você